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69 AutoData | Maio 2025 engenharia e deve ultraar 320 mil horas em 2025. Para tanto o número de funcionários já cresceu 60% nos últimos dois anos e as contratações continuam, segundo Lopes: “Nos últimos dez meses contratamos 66 novos engenheiros, todos com alta qualificação e domínio de idiomas para se comunicar com os outros centros que temos no mundo. Existem hoje engenheiros muito bons disponíveis no mercado brasileiro”. HUB GLOBAL A unidade, desde 2008 instalada em um prédio de arquitetura futurista no entroncamento das rodovias Anhanguera e Bandeirantes, é um hub global de engenharia do Grupo Mahle e desenvolve ali boa parte dos componentes de motor, como coletores e outras peças, sistemas de climatização e compressores de ar- -condicionado. São exportados cerca de 40% dos serviços realizados para outras subsidiárias no mundo. Há pouco mais de um ano foi inaugurado ali o Centro Global de Biomobilidade, dedicado a projetos que envolvem biocombustíveis e biomateriais. Desde 2023 o local sedia o Centro de Engenharia Américas para Filtros. Também está na lista de atribuições o desenvolvimento de sistemas de gerenciamento térmico, tanto para motores a combustão como para veículos elétricos, que precisam de arrefecimento para baterias e motores. O centro da Mahle no Brasil atende não só a desenvolvimentos próprios mas, também, a dezenas de empresas do setor automotivo, que todos os anos usam os laboratórios em Jundiaí para desenvolver e validar componentes e motores. “Por exemplo: todos os pistões dos motores turboflex utilizados hoje no Brasil foram desenvolvidos pela Mahle em Jundiaí.” O bom resultado do trabalho pode ser medido pelas 120 patentes ativas de projetos desenvolvidos pela Mahle em seus laboratórios brasileiros. De acordo com Lopes o centro tecnológico gera para a empresa de cinco a dez novas patentes por ano. PROJETOS DE BIOMOBILIDADE Dentre os projetos em andamento Lopes afirma que a principal especialidade é o desenvolvimento de motores a combustão mais eficientes com uso de biocombustíveis e hidrogênio, sistemas híbridos flex e biomaterias para uso em autopeças. A Mahle está credenciada no Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, para receber créditos tributários em troca de investimentos: “Estamos habilitados desde o começo do programa, em março de 2024, e já desenvolvemos a segunda fase do nosso projeto voltado ao aumento da eficiência energética de motores”. O objetivo principal é reduzir para menos de 20% a diferença de consumo do etanol hidratado para a gasolina E27, que atualmente flutua de 30% a 25% em favor do combustível fóssil: “Buscamos uma melhor paridade energética para o etanol, chegando perto de algo como 19% ou 18%”. Está em curso o projeto denominado Motor BR Pós 2027, com a meta de reduzir as emissões de NMOG, gases orgânicos não-metano, produzido por motores a etanol e que têm a contraindicação de criar ozônio na baixa atmosfera, prejudicial à saúde. A terceira fase do Proconve L8 prevê drástica redução deste poluente a partir de 2027, o que faz a Mahle trabalhar para resolver o problema que poderia prejudicar o uso do etanol, mas segundo Lopes esta questão está “bem encaminhada”. No fim do ano ado a Mahle captou R$ 110 milhões da Finep, Financiadora de Estudos e Projetos. Os recursos serão utilizados, em um ciclo de três anos, para impulsionar o desenvolvimento de tecnologias de mobilidade sustentável, incluindo novos sistemas de propulsão, uso de materiais reciclados, ampliação da infraestrutura de inovação, localização de novas tecnologias e digitalização de produtos e serviços. No campo dos biomateriais Lopes assinalou que o Mover, por meio da imposição de metas de reciclabilidade dos veículos, abre oportunidades. Ele citou, por exemplo, a utilização de matérias-primas recicladas em filtros, uma das especialidade do centro tecnológico brasileiro.
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