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50 Maio 2025 | AutoData POLÍTICA SETORIAL » UM ANO DE MOVER De acordo com as regulamentações do Mover já conhecidas os fabricantes devem declarar as emissões de seus veículos considerando a proporção de biocombustíveis e gasolina vendidos. O objetivo é aumentar o uso de biocombustíveis e reduzir a pegada de carbono, com incentivos do governo para valorizar o etanol e incentivar a produção de combustíveis sintéticos usando a medição do poço à roda. Tudo sem abrir mão da impulsão elétrica, acrescenta Martins: “A eletrificação de veículos é considerada fundamental para alcançar metas de eficiência energética”. Ainda assim o Mover não prioriza uma rota tecnológica, diferentemente de outros países que incentivam veículos elétricos com subsídios governamentais. O programa apresenta uma metodologia de cálculo que avalia a eficiência no consumo e na pegada de carbono do veículo, o que promove a pesquisa de novos combustíveis como sintéticos e hidrogênio. A reciclabilidade, por sua vez, exige o uso de altos porcentuais de peças recicláveis, reutilizáveis ou energeticamente recuperáveis na produção dos veículos. Na avaliação do diretor da Anfavea “fomentará a inovação dos materiais, um ponto superpositivo dentro do programa”. LACUNAS A PREENCHER Apesar da boa avaliação do programa Gilberto Martins pondera que há lacunas a serem preenchidas, como por exemplo a falta de clareza sobre a redução do IPI para quem superar as metas obrigatórias pois, até o momento, só há a menção a bônus e malus para eficiência e adoção de sistemas de segurança em relação ao IPI Verde, sem determinar valores. Também aponta a indefinição sobre a fiscalização das metas e as penalidades por descumprimento. Os próximos os envolvem a elaboração de regulamentos complementares junto ao MIDC, pois o decreto atual estabelece metas mas não aponta os valores exatos nem como alcançá-los. Um exemplo citado é a reciclagem, na qual o fabricante poderia obter bônus ao retirar carros inservíveis de circulação, mas esta é outra regra que não está clara. Martins espera que até junho sejam publicadas todas as portarias complementares. PARA ALÉM DO MOVER Cláudio Sahad, presidente do Sindipeças, afirma que a entidade trabalhou intensamente para a criação do Rota 2030 e para sua migração ao Mover, programas essenciais para garantir previsibilidade à indústria, mas observa que o programa poderia ser mais amplo: “Se houvesse mais recursos mais empresas poderiam alargar os os rumo à inovação, tão necessária para sua sobrevivência saudável num mundo tão competitivo”. Saad destaca que é preciso ir além do Mover com outras ações do poder público, como a adoção urgente de um programa de renovação de frota aliado a instauração da Inspeção Técnica Veicular obrigatória para preservar vidas e melhorar a qualidade do ar – além, claro, de promover a venda de mais veículos e de peças de reposição. Ele também enfatiza a necessidade de aprimorar a capacitação da mão-de- -obra local para aumentar a produtividade e competitividade da indústria. E ressalta a urgência de unir esforços do setor público e privado para reduzir o chamado custo Brasil, que ainda prejudica a competitividade das empresas diante da concorrência internacional. De modo geral Saad avalia que o Brasil precisa melhorar seu ambiente de negócios, especialmente reduzindo custos elevados, inflados principalmente pela burocracia, que encarece produtos, dificulta a geração de empregos, impede investimentos, limita o crescimento econômico e prejudica a inserção do País nas cadeias globais de valor. Na visão do presidente do Sindipeças as empresas que investirem em inteligência artificial, digitalização, robotização, automação, desenvolvimento de novos materiais e descarbonização contribuirão para construir um setor mais competitivo. Divulgação/Sindipeças Divulgação/Anfavea
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