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49 AutoData | Maio 2025 ção da reciclabilidade na discussão altera os padrões de negociação”. Sobre a adoção de mais sistemas de segurança o consultor avalia que este é um caminho natural que já é seguido, pois os consumidores já demandam carros mais seguros, mesmo que sejam modelos populares e íveis. Recursos como sensores de pontos cegos e sistemas de frenagem automática, antes caros, tornaram-se mais íveis devido à redução de custos tecnológicos, permitindo que as montadoras ofereçam estes diferenciais por um preço adicional, contribuindo para a competitividade. DESCARBONIZAÇÃO AGNÓSTICA Na visão da Anfavea, que reúne os fabricantes de veículos, o programa Mover dá ao Brasil uma metodologia inovadora para medir emissões com o conceito do poço à roda e do berço ao túmulo, o que garante a descarbonização agnóstica, sem indicar uma rota tecnológica específica para se atingir o objetivo de reduzir as emissões de combustíveis fósseis – como, por exemplo, faz a Comissão Europeia ao banir motores a combustão e focar só nos carros elétricos. No Brasil o foco é na eficiência energética dos veículos, promovendo a transição do tanque à roda para do poço à roda, com ênfase na utilização de energia limpa e de biocombustíveis com balanço neutro de emissões de CO2. Isto vale inclusive para o carregamento de veículos elétricos no País, que usam energia elétrica mais de 80% proveniente de fontes limpas e renováveis, ao contrário de nações que dependem de fontes energéticas poluentes como o carvão. “O programa incentiva o uso de eletricidade limpa e biocombustíveis, valorizando a matriz brasileira”, ressalta Gilberto Martins, diretor de assuntos regulatórios e tecnologia da informação da Anfavea. Esta abordagem garante que os produtos sejam limpos em todo seu ciclo de vida, incluindo matérias-primas, industrialização, uso e reciclagem, conferindo ao Brasil vantagem competitiva. Resumo do Decreto 12.435/2025 Requisitos obrigatórios para veículos vendidos no Brasil EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E EMISSÕES Veículos Leves: até 1º de outubro de 2027 devem atingir níveis mínimos de eficiência energética medida no ciclo tanque à roda, com redução média de consumo de 12% em relação a 2022. Adicionalmente é exigida, até 2030, redução de 50% na emissão de CO2 equivalente no ciclo poço à roda, considerando as emissões desde a produção da energia [poço] até o uso no veículo [roda]. Veículos Pesados: devem apresentar relatório de resultados de eficiência energética. Metas específicas e metodologia de aferição, via simulação computacional, serão definidas posteriormente. Pegada de Carbono: a partir de 1º de janeiro de 2027 será exigido o cumprimento de requisitos relacionados às emissões de CO2 do produto no ciclo berço ao túmulo, que envolve produção de matérias-primas, fontes de energia, industrialização e reciclagem. RECICLABILIDADE Veículos Leves: a partir de janeiro de 2027 todos os veículos vendidos deverão ter 80% de materiais reutilizáveis/recicláveis e 85% reutilizáveis/recuperáveis em massa. Na mesma data, para novos projetos, 85% reutilizáveis/recicláveis e 95% reutilizáveis/recuperáveis em massa. Veículos Pesados: metas a serem definidas, começando em janeiro de 2028 para novos projetos e janeiro de 2032 para todos. Compensação: criação de níveis 1 e 2 de compensação antecipada das metas pela reciclagem de veículos em fim de vida. SEGURANÇA VEICULAR – DESEMPENHO ESTRUTURAL E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS Veículos Leves: adoção progressiva do InTec, índice baseado em grupos de tecnologias – Geral A, Adicional B, Inovador C e Alternativo D. As metas mínimas do InTec aumentam anualmente de 2025 a 2031. Veículos Pesados: adoção do InTec baseado em tecnologias do Grupo P, com metas progressivas de 2027 a 2031 a serem definidas. Tecnologias adicionais podem ser consideradas.
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